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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Alzheimer. Precauções

A cada 1 minuto de tristeza perdemos a oportunidade de sermos felizes por 60 segundos.

Sobre o Alzheimer
Roberto Goldkorn é psicólogo e escritor

Meu pai está com Alzheimer. Logo ele, que durante toda vida se dizia 'o infalível'. Logo ele, que um dia, ao tentar me ensinar matemática, disse que as minhas orelhas eram tão grandes que batiam no teto.

Logo ele que repetiu, ao longo desses 54 anos de convivência, o nome do músculo do pescoço que aprendeu quando tinha treze anos e que nunca mais esqueceu: esternocleidomastóideo.

O diagnóstico médico ainda não é conclusivo, mas, para mim, basta saber que ele esquece o meu nome, mal anda, toma líquidos de canudinho, não consegue terminar uma frase, nem controla mais suas funções fisiológicas, e tem os famosos delírios paranóicos comuns nas demências tipo Alzheimer.

Aliás, fico até mais tranquilo diante do 'eu não sei ao certo' dos médicos; prefiro isso ao 'estou absolutamente certo de que....', frase que me dá arrepios.

E o que fazer... para evitarmos essas drogas? Como?

Lendo muito, escrevendo, buscando a clareza das ideias, criando novos circuitos neurais que venham a substituir os afectados pela idade e pela vida 'bandida'.

Meu conselho: é para vocês não serem infalíveis como o meu pobre pai; não cheguem ao topo, nunca, pois dali só há um caminho: descer. Inventem novos desafios, façam palavras cruzadas, forcem a memória, não só com drogas (não nego a sua eficácia, principalmente as nootrópicas), mas correndo atrás dos vazios e lapsos.

Eu não sossego enquanto não lembro do nome de algum velho conhecido, ou de uma localidade onde estive há trinta anos. Leiam e se empenhem em entender o que está escrito, e aprendam outra língua, mesmo aos sessenta anos.

Coloquem a palavra FELICIDADE no topo da sua lista de prioridades: 7 de cada 10 doentes nunca ligaram para essas 'bobagens' e viveram vidas medíocres e infelizes – muitos nem mesmo tinham consciência disso.

Mantenha-se interessado no mundo, nas pessoas, no futuro.
Invente novas receitas, experimente (não gosta de ir para a cozinha? Hum... Preocupante). Lute, lute sempre, por uma causa, por um ideal, pela felicidade. Parodiando Maiakovski, que disse 'melhor morrer de vodca do que de tédio', eu digo: melhor morrer lutando o bom combate do que ter a personalidade roubada pelo Alzheimer.

Dicas para escapar do Alzheimer:

Uma descoberta dentro da Neurociência vem revelar que o cérebro mantém a capacidade extraordinária de crescer e mudar o padrão de suas conexões.

Os autores desta descoberta, Lawrence Katz e Manning Rubin (2000) Revelam que NEURÓBICA, a 'aeróbica dos neurônios', é uma nova forma de exercício cerebral projectada para manter o cérebro ágil e saudável, criando novos e diferentes padrões de atividades dos neurônios em seu cérebro. Cerca de 80% do nosso dia-a-dia é ocupado por rotinas que, apesar de terem a vantagem de reduzir o esforço intelectual, escondem um efeito perverso; limitam o cérebro.

Para contrariar essa tendência, é necessário praticar exercícios 'cerebrais' que fazem as pessoas pensarem somente no que estão fazendo, concentrando-se na tarefa. O desafio da NEURÓBICA é fazer tudo aquilo que contraria as rotinas, obrigando o cérebro a um trabalho adicional. Tente fazer um teste:

- Use o relógio de pulso no braço direito;
- Escove os dentes com a mão contrária da de costume;
- Ande pela casa de trás para frente; (vi na China o pessoal treinando isso num parque);
- Vista-se de olhos fechados;
- Estimule o paladar, coma coisas diferentes;
- Veja fotos de cabeça para baixo;
- Veja as horas num espelho;
- Faça um novo caminho para ir ao trabalho.

A proposta é mudar o comportamento rotineiro!

Tente, faça alguma coisa diferente com seu outro lado e estimule o seu cérebro. Vale a pena tentar!
Que tal começar a praticar agora, trocando o rato de lado?
Que tal começar agora enviando esta mensagem, usando o rato com a mão esquerda?

FAÇA ESTE TESTE E PASSE ADIANTE PARA SEUS (SUAS) AMIGOS (AS).

'Critique menos, trabalhe mais. E, não se esqueça nunca de agradecer! '
Sucesso para você!!!

Recebido por e-mail do amigo de velhos tempos Adry, a quem agradeço a atenção.

7 comentários:

Meu pai tem alzheimer disse...

Foi muito bom para mim, que também tenho o meu pai com alzheimer, encontrar estas explicações.
Cumprimentos

A. João Soares disse...

Sinto-me muito feliz em saber que achou interessante este post. Desejo que o seu pai se mantenha estabilizado e que não sofra crises de agravamento. Neste blog pode encontrar muitas referências a produtos naturais que poderão ter interesse para seu pai, familiares e amigos.
Já temos tido outras referências como a sua para casos diferentes. SE tiver textos ou imagens que nos queira enviar ficaremos muito gratos por com esses dados podermos prestar um melhor serviço a quem nos visita.

Cumprimentos
João
Sempre Jovens

Meu pai tem alzheimer disse...

Muito obrigada!
Felicidades

luis santos disse...

Em várias cidades no mundo há associações de cuidadores de portadores de Alzheimer (que são muito úteis, pois o desgaste emocional do cuidador é absurdo). Cuidei de meu pai por 10 anos(em casa) e acho ofensivo quando leio: "como prevenir" "como estabilizar" "como evitar". Se nem os melhores neurologistas e geriatras do mundo,com essa especialidade, tem esse saber.O que eles orientam é "como retardar" e "como tratar".
Assim como meu pai, conheço várias vitimas desse mal que eram leitores costumazes, praticavam esportes, abstemios e não fumantes, amavam a vida eram otimistas. O que leva alguém a desenvolver a D.A. ainda é uma incognita(a não ser que V. seja um rato...para eles há avanços da ciência)

A. João Soares disse...

Caro Luís Santos,

Muito obrigado por aqui trazer um caso pessoal que serve para enriquecer o conteúdo deste blogue cuja boa intenção está bem patente ao longo das suas páginas.

Sem dúvida, publica-se muita coisa na Internet que carece de fundamento científico. Mas a boa vontade não prejudica ninguém, se não deixar de cumprir os conselhos de bons médicos.

Quando ainda não estava desenvolvida a indústria farmacêutica, as pessoas procuravam restabelecer a saúde com produtos naturais, coisa que ainda é muito corrente nos países orientais. Não podemos portanto aplicar adjectivos pejorativos aqueles que aconselham produtos maturais.

Mas seria infantilidade apoiar-se apenas em produtos naturais e desprezar os conselhos de de médicos.

Cumprimentos
João

P. P. disse...

Excelente publicação.
Também minha avó materna sofre da doença de Alzheimer desde dezembro de 2011. Surgiu repentinamente e foi diagnosticada por uma vasta equipa médica. Lá em casa, aos nossos cuidados, cada um dos nossos dias, desde então, tem sido diferente. Mas o que é mesmo difícil são as crises de "delírio".
Um abraço.

A. João Soares disse...

Caro Paulo Vasco,

É realmente um triste fim de vida, em que o doente não sente a gravidade da situação, nem o trabalho que dá, mas os familiares passam a ter uma vida diferente, como diz, porque têm que dar um acompanhamento permanente ao doente e ter paciência para suportar as crises de delírio.
Os conselhos constantes no post para adiar a chegada de tal efeito da senilidade são para levar a sério.

Abraço
João