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terça-feira, 8 de setembro de 2009

Alzheimer

Descobertos três genes relacionados com Alzheimer
Público. 06.09.2009. Lusa

Maior avanço nos últimos 15 anos

Dois grupos de cientistas (Reino Unido e França) deram um "grande passo em frente" na investigação do Alzheimer, identificando três novos genes, o que poderá no futuro reduzir até 20 por cento as taxas de incidência da doença.

Julie Williams, professora da Universidade de Cardiff (Gales), que esteve à frente da equipa do Reino Unido, afirmou após a publicação da investigação na revista científica "Nature Genetics" que se trata "do maior avanço conseguido na investigação do Alzheimer nos últimos 15 anos".

Os investigadores calculam o potencial desta descoberta e asseguram que, neutralizando a actividade dos genes em causa, se poderão evitar num país como o Reino Unido (com uma população de 61 milhões) 100.000 novos casos por ano da variante mais habitual do Alzheimer, a que afecta os mais idosos.

O Alzheimer, para o qual não existe um tratamento eficaz, é uma doença neurodegenerativa que se manifesta por alterações cognitivas e comportamentais devido à morte de neurónios e à atrofia do cérebro.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 0,379 por cento da população mundial sofria da doença em 2005, percentagem que aumentará para 0,441 em 2015 e para 0,556 em 2030, à medida que a população vai envelhecendo.

A identificação dos três genes é a primeira que é divulgada desde 1993.

Dois dos genes, denominados CLU e PICALM, foram identificados pela equipa britânica e o terceiro, denominado receptor complementar 1 (ou CR1), pela equipa francesa. O CLU tem uma qualidade protectora do cérebro e ajuda-o a desfazer-se dos amilóides, uma proteína potencialmente destrutiva. Segundo o estudo, também ajuda a reduzir as inflamações no cérebro causadas por uma resposta excessiva do sistema imunitário, função que partilha com o CR1.

O PICALM está relacionado com o transporte de moléculas até às células nervosas e com o funcionamento das sinapses, o processo de conexões neuronais que ajudam a formar a memória do indivíduo.

Ter determinadas versões destes genes aumenta entre 10 e 15 por cento o risco de sofrer de Alzheimer.

O estudo britânico é a maior investigação sobre o Alzheimer até agora, com o acompanhamento do ADN de mais de 16.000 pessoas durante dois anos e a análise de um milhão de variações do código genético associadas com a doença.

A professora Williams declarou à imprensa que "se se conseguisse eliminar os efeitos prejudiciais daqueles genes através de tratamentos poder-se-ia reduzir a percentagem de pessoas a desenvolver Alzheimer em 20 por cento".

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