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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A importância da água e a Saúde...


A água estruturada e os sais minerais encontram-se somente, e em abundância, nos alimentos de origem vegetal, crus, frescos, maduros e idealmente orgânicos.

Ao envelhecer temos menos água nas células e no organismo.
Mude a sua história, já!

Desintoxique-se, alimente-se de vegetais e frutas, hidrate-se. Sem neurose, apenas VIVA este hábito de alimentar-se saudável.


Sempre que dou aula de Clínica Médica a estudantes do quarto ano de Medicina, lanço a pergunta: Quais as causas que mais fazem o vovô ou a vovó terem confusão mental?

Alguns arriscam: Tumor na cabeça.
Eu digo: Não.
Outros apostam: Mal de Alzheimer.
Respondo, novamente: Não.

A cada negativa a turma se espanta. E fica ainda mais boquiaberta quando enumero os três responsáveis mais comuns:
1) diabetes descontrolado;
2) infecção urinária;
3) a família passou o dia inteiro no shopping, enquanto os idosos ficaram em casa.

Parece brincadeira, mas não é. Constantemente vovô e vovó, sem sentir sede, deixam de tomar líquidos. Quando falta gente em casa para lembrá-los, desidratam-se com rapidez. A desidratação tende a ser grave e afecta todo o organismo. Pode causar confusão mental abrupta, queda de pressão arterial, aumento dos batimentos cardíacos ("batedeira"), angina (dor no peito), coma e até morte.
Insisto: não é brincadeira. Ao nascermos, 90% do nosso corpo é constituído de água. Na adolescência, isso cai para 70%. Na fase adulta, para 60%. Na terceira idade, que começa aos 60 anos, temos pouco mais de 50% de água Isso faz parte do processo natural de envelhecimento. Portanto, de saída, os idosos têm menor reserva hídrica.
Mas há outro complicador: mesmo desidratados, eles não sentem vontade de tomar água, pois os seus mecanismos de equilíbrio interno não funcionam muito bem.

Explico: nós temos sensores de água em várias partes do organismo. São eles que verificam a adequação do nível. Quando ele cai acciona-se automaticamente um "alarme". Pouca água significa menor quantidade de sangue, de oxigénio e de sais minerais em nossas artérias e veias. Por isso, o corpo "pede" água. A informação é passada ao cérebro, a gente sente sede e sai em busca de líquidos.
Nos idosos, porém, esses mecanismos são menos eficientes. A detecção de falta de água corporal e a percepção da sede ficam prejudicadas. Alguns, ainda, devido a certas doenças, como a dolorosa artrose, evitam movimentar-se até para ir tomar água. Conclusão: idosos desidratam-se facilmente não apenas porque possuem reserva hídrica menor, mas também porque percebem menos a falta de água em seu corpo. Além disso, para a desidratação ser grave, eles não precisam de grandes perdas, como diarreias, vómitos ou exposição intensa ao sol. Basta o dia estar quente ou a humidade do ar baixar muito, como tem sido comum nos últimos meses.
Nessas situações, perde-se mais água pela respiração e pelo suor. Se não houver reposição adequada, é desidratação na certa. Mesmo que o idoso seja saudável, fica prejudicado o desempenho das reacções químicas e funções de todo o seu organismo, principalmente, a electroquímica (100% dependente da água e sais minerais) do cérebro.

Por isso, aqui vão dois alertas. O primeiro é para vovós e vovôs: tornem voluntário o hábito de beber líquidos. Bebam toda vez que houver uma oportunidade. Por líquido entenda-se água, sucos, chás, água-de-coco, vitaminas. Sopa, frutas ricas em água, como melão, melancia, abacaxi, laranja e tangerina também funcionam. O importante é, a cada duas horas, botar algum líquido para dentro. Lembrem-se disso!
Meu segundo alerta é para os familiares: ofereçam constantemente líquidos aos idosos. Lembrem-lhes de que isso é vital. Ao mesmo tempo, fiquem atentos. Ao perceberem que estão rejeitando líquidos e, de um dia para o outro, ficam confusos, irritadiços, fora do ar, atenção. É quase certo que esses sintomas sejam decorrentes de desidratação. Líquido neles e rápido para um serviço médico.

Dr. Arnaldo Lichtenstein é médico, clínico-geral do Hospital das Clínicas e professor colaborador do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Fernanda Ferreira (Ná)

6 comentários:

A. João Soares disse...

Querida Ná,

Este post vem ao encontro doágua com estômago vazio. Assim se vai enriquecendo o volume de informação útil para os nossos visitantes. Isto é o prazer de ser útil para os outros.

Um abraço
João

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Querido amigo João,

Nós fazemos por isso.
Ser útil aos outros e relembrar coisas tão simples quanto óbvias não custa nada. É puro prazer.

Beijinhos

Pedro Ferreira disse...

Olá Mãe!

Tu és incrível! Mais uma mãozinha tua em tudo o que tu gostas e nota-se bem que gostas.

Parabéns! Eu bebo água, e já como mais fruta! Aprende-se a gostar!
Parabéns!

Beijos muitos.

Pedro

Silvia Masc disse...

Fernanda,

Com o calor que estamos sofrendo aqui no Brasil, tenho repetido isso incessantemente no meu blog, prncipalmente por escrevo sobre Longevidade, com saúde.
Muito agradável e educativo o seu blog.
beijinho

Celle disse...

João, na nossa idade a água é ainda mais importante. Muitas das doenças tem origem na desidratação.As vezes confundimos sede com fome e comemos em lugar de tomar um copo de água. A cota diária de água deveria ser de 2 a 3 litros diários.
Vamos tomar água!!!

A. João Soares disse...

Amiga Celle,

Sim, na sua idade começa a ser conveniente pensar em evitar a desidratação. Mas na minha, já muito mais avançada isso é uma preocupação imperiosa. Na minha secretária está sempre uma garrafa de 1,5L que tenho que encher da torneira com frequência. Por isso continuo com invejável aspecto jovem, como ouço dizer muitas vezes.(Mas procuro seguir a norma: «rapaz não sejas vaidoso!)

Beijo
João