O caldo verde evita o cancro!
Por Manuel Luciano da Silva, Médico. (Recebido por e.mail em 6/9/2017)
Muita gente sabe que o caldo verde é uma sopa de couve portuguesa. A receita do caldo verde é muito simples: água, sal, batata ralada, couves cortadas às tiras fininhas, azeite português.
De todos os cozinhados tipicamente portugueses o caldo verde é o melhor para a nossa saúde. O caldo verde evita o cancro.?! Evita os ataques do coração por reduzir no sangue o colesterol. Evita as pedras na vesícula e evita as hemorróidas. Se isso é verdade, porque é que levou tanto tempo a descobrir que o caldo verde é tão milagroso?!
Na década de setenta o famoso médico inglês Burkitt chefiou um grupo de médicos da Grã Bretanha que foram para a África Central estudar as diferenças entre as doenças que existem na selva e na zona metropolitana de Londres e descobriram que existe no continente africano um tipo de cancro diferente que é causado por um vírus e este tipo de cancro passou a chamar-se Linfoma não-Hodgkinde Burkitt. E veio esclarecer as diferenças que existem entre a dieta dos nativos africanos e a dieta do povo londrino.
Os médicos ingleses verificaram que os nativos nunca tinham prisão de ventre, não contraiam cancro do recto, não tinham ataques do coração, não sofriam de hemorróidas, nem apendicite aguda!
Os médicos britânicos constataram que os nativos africanos defecavam ou obravam, durante 24 horas, um volume, QUATRO VEZES maior do que qualquer cidadão inglês!
Os mesmos médicos prosseguindo com as suas pesquisas concluíram que a diferença de saúde entre o povo inglês e os nativos em África se devia ao facto dos africanos comerem noventa por cento de alimentos ricos em fibras vegetais, que não chegam a ser absorvidos no intestino e saem nas fezes praticamente intactos, aumentando assim volume fecal, evitando portanto a prisão de ventre!
Nos últimos anos, mais de mil especialistas em todo o mundo têm publicado artigos em jornais e revistas médicas sobre as observações da equipa médica do Dr. Burkitt, CONFIRMANDO que os alimentos melhores para a nossa saúde são aqueles que têm mais fibras vegetais não-reabsorvíveis e que nos obrigam a visitar mais vezes a retrete.... Tive oportunidade de ouvir uma conferência sobre este assunto pelo Dr. Burkitt, há vários anos, no Hospital de Roger Williams, em Providence, hode Island, na qual o famoso médico usou esta frase bombástica: "É MAIS IMPORTANTE SABERMOS O VOLUME DIÁRIO DE FESES DE UMA PESSOA DO QUE O VALOR DO SEU AÇÚCAR OU DO SEU COLESTEROL!"
BENEFÍCIOS DO CALDO VERDE
Para apreciarmos as maravilhosas qualidades do caldo verde temos que primeiro analisar o nosso aparelho digestivo. O seu o comprimento, a distância que vai da boca até ao ânus é quase SETE vezes a altura de cada pessoa! Deste modo, se um homem tem de altura um metro e meio, o seu tubo digestivo possui DEZ METROS de comprimento! É igual à mangueira de regar o quintal!...
Assim compreendemos melhor porque é que a Natureza exige que a nossa alimentação contenha 90 por cento de alimentos com fibras vegetais que não sejam reabsorvidas. É preciso que a nossa alimentação contenha substâncias que não desapareçam, que não sejam reabsorvidas, no percurso do tubo.
Analisemos agora, o conteúdo do caldo verde:
COUVES - são a parte mais importante do caldo verde porque são muito ricas em fibras não-reabsorvíveis. São muito ricas em vitamina A e complexo B (tiamina, riboflavina e niacina). Possuem também cálcio, ferro, fósforo, potássio, mas têm poucas calorias.
AZEITE -- O azeite deve ser português porque é muito rico em ácidos não-saturados que fazem baixar o colesterol mau.
BATATA -- serve para amaciar, tornar mais homogéneo o sabor do caldo verde e o seu valor calórico não está fora de ordem.
ÁGUA QUENTE -- A água quente do caldo verde é muito importante, porque faz funcionar muito melhor os sucos digestivos e os fermentos ou enzimas do aparelho digestivo. A água quente faz descontrair os esfíncteres ou válvulas do aparelho digestivo, estimula a contracção normal da vesícula biliar e relaxa o estômago e os intestinos delgado e grosso, tornando a nossa digestão agradável e saudável.
SAL-- Não deve ser exagerado. Só o indispensável!
CHOURIÇO -- Para ser cortado às rodelas e pôr no caldo verde -- deve ser cozido à parte para se deitar fora a água porque contém os produtos cancerígenos do chouriço devido ao processo de ter sido defumado.
BROA -- A broa deve ser à moda portuguesa feita com o farelo e farinha de milho.
Quem comer uma malga de caldo verde todos os dias não tem prisão de ventre! Quem não tem prisão de ventre não tem hemorróidas! Por outro lado, uma pessoa fazendo as suas necessidades diariamente, o fígado é obrigado a produzir mais bílis e a vesícula a expelir mais sais biliares para untar a tripa por dentro para que os alimentos deslizem melhor. Deste modo saindo mais bilis (rica em colesterol) para o exterior através das fezes, dá-se uma baixa de colesterol no sangue, diminuindo os riscos de ataques cardíacos e de pedras da vesícula (compostas por colesterol)!
O caldo verde faz também com que a pessoa emagreça e se torne mais saudável e mais feliz.
CANCRO DO CÓLON
Tem-se verificado uma relação directa entre a prisão de ventre e o cancro do cólon ou do intestino grosso. Porquê? Porque quando há prisão de ventre as fezes ficam paradas no intestino grosso ou cólon e, assim, os produtos tóxicos contidos nas FEZES RETIDAS bombardeiam as células da mucosa intestinal de tal maneira que, com a REPETIÇÃO deste processo, desencadeia-se o princípio do cancro do cólon que é uma doença terrível!
Como contra prova dos estudos que a equipa do Dr. Burkitt observou em África, deram-se aos nativos africanos dietas iguais à que os ingleses e americanos usam com McDonalds, "ice cream" ou sorvetes, pizzas, lasanhas, batatas fritas, etc. Inverteu-se a dieta: em vez de 90 % de dieta com vegetais os nativos africanos passaram a ter uma dieta de só DEZ por cento de vegetais. Resultados: Os nativos começaram a engordar, o colesterol começou a subir, passaram a ter prisão de ventre e a desenvolver hemorróidas como os ingleses e os americanos!
Parece incrível, mas é verdade! No fim do século XX são os povos primitivos a ensinar ao homem civilizado, ao homem dos produtos sintéticos e das pastilhas qual é a alimentação mais saudável!
Há mais de 40 anos visitei as Termas de Melgaço no Norte de Portugal. Estas termas são especialmente dedicadas a doentes diabéticos, cardíacos e renais. Observei então que fazia parte do tratamento obrigatório, a todas as refeições diárias, um grande prato de caldo verde.
E todo o doente que quisesse comer fora das três refeições só podia comer mais outro prato de caldo verde! O certo é que todos os doentes melhoravam das suas enfermidades!
Ainda hoje, em Coimbra, quando os estudantes fazem uma farra ou há uma reunião de curso e se come e se bebe exageradamente... depois duma bela guitarrada, à meia noite, serve-se sempre um caldo verde – bem quente -- para "limpar e acalmar as entranhas"... Quando tiver uma festa grande em sua casa faça o mesmo: ofereça aos seus convidados um caldo verde para despedida e para terem boa viajem!...
RECEITA DO CALDO VERDE À MODA DE VALENÇA DO MINHO
Dois litros de água;
4 colheres de sopa de azeite português;
500 gramas de batatas;
1 ou 2 couves galegas conforme o tamanho;
sal;
1 chouriço (cozido à parte);
broa.
TÉCNICA:
Deita-se a água numa panela com o azeite e as batatas descascadas cortadas em 4 pedaços. Põe-se sal quanto baste e deixa-se ferver. Quando as batatas estiverem cozidas, tiram-se e passam-se por um passador. Voltam à panela para apurar. Entretanto cortam-se as couves em tiras o mais fino possível. Lavam-se e deitam-se na panela QUINZE minutos antes da sopa ser servida, deixando a panela ferver DESTAPADA. Serve-se o caldo verde em tigelas de barro, com uma rodela de chouriço e um bocadinho de broa.
Como já se encontram à venda na Nova Inglaterra as deliciosas sardinhas portuguesas congeladas, pode ser que algum dia algum comerciante se lembre de fazer coisa semelhante e nos mande as couves galegas já cortadas às tirinhas em caixinhas congeladas, prontas a meter na panela, para saborearmos, mesmo durante o Inverno severo na América, o nosso genuíno caldo verde!
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