Conselhos sobre receitas tradicionais alentejanas
O Alentejo é cheio de tradições e a cozinha tradicional alentejana é uma arte. Durante muitos séculos foram imaginadas, criadas e confeccionadas receitas que foram transmitidas ao longo de várias gerações.
Noutros tempos a alimentação das famílias estava limitada ao que era cultivado, para além de que o trabalho exigia muito esforço físico e as refeições tinham alto valor calórico. Com o passar dos anos e com a mudança de hábitos da sociedade as necessidades nutricionais foram-se alterando, daí que podemos e devemos manter a nossa tradição, embora tenhamos de fazer algumas modificações, quer a nível da confecção de alguns pratos tradicionais, quer a nível da frequência com que os consumimos (não mais do que duas vezes por mês).
No âmbito do Encontro de Saúde do Alentejo “Da dispersão geográfica à qualidade dos cuidados”, da responsabilidade da Administração Regional de Saúde do Alentejo, IP, foi proposto ao Núcleo Regional do Alentejo da Plataforma Contra a Obesidade (NRAPCO) que elaborasse um livro de receitas tradicionais alentejanas e apresentasse sugestões que pudessem tornar estes manjares mais saudáveis, uma vez que a maioria destes pratos tem alto valor calórico e alguns são desprovidos de produtos hortícolas.
De modo a reunir o que de melhor há na gastronomia alentejana e com o apoio dos colaboradores NRAPCO de toda a Região Alentejo, seleccionaram-se algumas receitas tradicionais.
A prática de uma alimentação saudável está indicada para todos os que valorizam a saúde. Se a alimentação for correcta, constitui um pilar fundamental na prevenção e controlo de algumas patologias, como é o caso da obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares.
Uma alimentação pobre em açúcares, rica em fibras e produtos hortícolas, com pouco sal e com poucas gorduras é extremamente importante para quem quer ter um estilo de vida saudável.
Comer de forma saudável é, não só diversificar o método de confecção, mas também respeitar tradições gastronómicas da região e outras características físicas e sociais da população. Deve ter-se sempre em consideração, por um lado as necessidades nutricionais dos indivíduos aos quais se destina e por outro as especificidades de cada alimento.
É de extrema importância que todos os nutrientes sejam fornecidos com equilíbrio. Regra geral, metade do nosso prato deve conter produtos hortícolas, um quarto deve conter cereais e derivados, tubérculos e o outro quarto do prato deve ser composto por carne, pescado ou ovo. Esta é uma regra de alimentação saudável essencial e que podemos perfeitamente cumprir consumindo receitas tradicionais, mesmo que estas sofram pequenas alterações.
Migas com carne (Beja)
Ingredientes
400 g de pão
400 g de lombinhos de porco
Vinho q.b.
Azeite q.b.
2 Dentes de Alho
Sal q.b.
Laranja para decoração
Modo de preparação:
Corta-se o pão às fatias e deixa-se embeber num pouco de água, amassando com a mão. Entretanto coloca-se um tacho ao lume com um pouco de azeite e os dois dentes de alho muito bem picadinhos sal e um pouco de vinho, quando estes estiverem louros junta-se o pão. Com a ajuda de uma colher de pau, bate-se até formar uma bola. Quando estas descolarem das paredes e derem voltas, estão prontas. Leva-se as migas moldadas ao forno até tostar. Grelha-se os lombinhos de porco temperados com sal e ervas aromáticas (orégãos, mistura de pimentas, etc.).
Sugestões
Para além da carne de porco também se pode utilizar a carne de caça (perdiz);
Esta receita de migas pode ser alterada adicionando ingredientes como espargos, espigos, ou espinafres.
Este post foi oferta da amiga Fernanda Ferreira (Ná)